wolverine:imortal
Ao contrário de X-Men Origens: Wolverine, em Wolverine: Imortal o clima é bem mais pesado e soturno. Tudo graças ao momento de vida do próprio herói. Depressivo por ter matado Jean Grey (Famke Janssen), o grande amor de sua vida, ele decide viver isolado de todos. Este novo longa-metragem investe em um lado até então inédito para o personagem, ao trabalhar o lado trágico do herói. Sem poder morrer, já que possui um fator de cura poderoso, nada mais resta a Wolverine senão vagar mundo afora sem grandes expectativas. É claro que esta “maldição” não é aprofundada em termos de roteiro, mas serve de pretexto para toda a história que vem a seguir. O que, por si só, já significa uma baita reviravolta em relação ao filme anterior.
Entretanto, apesar deste novo longa ser mais fiel ao Wolverine dos quadrinhos, o filme como um todo não traz o tom épico presente em boa parte dos filmes dos X-Men. Por mais que sejam aventuras com o objetivo de entreter o espectador, os filmes da série sempre abordam temas importantes envolvendo o preconceito com o diferente, que servem como pano de fundo para a trama. Wolverine: Imortal não tem esta pretensão, o que traz a ele uma certa banalidade, como se fosse “apenas mais uma aventura de Wolverine”. Ainda assim, o longa-metragem se sai bem graças à compreensão da essência do herói. Baseado no arco de histórias nos quadrinhos em que Wolverine viveu no Japão, o filme traz vários elementos desta trama sem, no entanto, repeti-la nas telonas. Apesar de tomar liberdades importantes – o Samurai de Prata é uma das principais -, o longa consegue manter o clima existente nos quadrinhos, algo essencial para não descaracterizar o herói.
Wolverine: Imortal traz ainda duas características que chamam bastante a atenção. A primeira delas é a boa quantidade de momentos cômicos envolvendo o herói e suas particularidades, algumas de fazer gargalhar mesmo. Outra é o controle existente para que o filme seja sombrio sem se tornar pesado demais ao ponto de aumentar sua classificação etária – algo que pode ser desastroso financeiramente para um filme cujo público, na maioria, é formado por jovens. Ou seja, o longa até conta com - algumas - cenas mais fortes, mas estas geralmente são encobertas pelas sombras ou com pouquíssimo sangue em cena. A própria raiva de Wolverine até vem à tona em determinados momentos, mas sempre amenizada de alguma forma para que o personagem não cruze a barreira do (politicamente) tolerável. O melhor exemplo é seu encontro com o noivo de Mariko no apartamento dele.
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